Trump ameaça Dinamarca com tarifas e reforça interesse em comprar a Groenlândia por motivos de "segurança nacional"

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, voltou a defender a compra da Groenlândia, um território sob controle da Dinamarca, alegando razões de "segurança nacional". Durante uma conferência de imprensa em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida, Trump sugeriu que os EUA poderiam impor tarifas "muito elevadas" à Dinamarca caso o país não cooperasse com a proposta. Ele também questionou a legitimidade do controle dinamarquês sobre a Groenlândia, sugerindo que, se a Dinamarca tiver algum direito legal sobre o território, deveria "abandoná-lo" devido à sua importância estratégica.

Trump também abordou outros temas durante a conferência, incluindo uma possível intervenção militar no Panamá para tomar o controle do Canal do Panamá e a ideia de incorporar o Canadá aos EUA, considerando-o como o 51º estado. O presidente eleito justificou a proposta afirmando que os EUA perdem bilhões de dólares anualmente em transações comerciais com o Canadá, especialmente na importação de automóveis e laticínios.

Embora a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, tenha reiterado seu veto à venda da Groenlândia, ela destacou que os investimentos dos EUA no território são bem-vindos. A Groenlândia, que possui uma grande base militar dos EUA, é de grande importância geoestratégica devido à sua localização e recursos minerais, que atraem o interesse de potências como Rússia e China.

Em sua conferência, Trump também defendeu um aumento substancial no contributo dos países membros da OTAN para 5% de seus PIBs, muito além dos atuais 2%, e afirmou que “salvou a OTAN” durante seu primeiro mandato, ao pressionar os aliados a aumentarem os gastos com defesa. Entre outras propostas, Trump mencionou a ideia de mudar o nome do Golfo do México para "Golfo da América", alegando que seria um nome mais apropriado e representativo.

A conferência de imprensa, que também tinha como objetivo anunciar um investimento de 20 bilhões de dólares na construção de centros de dados dedicados à inteligência artificial, destacou a visão de Trump sobre a política externa e suas ambições geopolíticas.